O teste LQ–quest é um modelo de avaliação, um questionário, distinto dos demais existentes na atualidade, sendo pioneiro na avaliação direta do quociente vivencial de um individuo. Este quociente traduz, de uma forma quantificada, uma componente da inteligência global do indivíduo não explicita e em grande medida não englobada nas avaliações dos QI e QE. O teste efetuado à experiência vivencial, através de um questionário, revela certas particularidades no perfil do individuo que de outra forma não se revelam. A experiência de vida de cada um é não só um indicador de aptidão, como também um justificativo para inúmeros sucessos e insucessos.

Por norma, a avaliação de um candidato é feita a partir de dois fatores: o seu Curriculum Vitae e uma entrevista. Eventualmente haverá lugar a testes complementares (de raciocínio, sobre temáticas especificas, etc.). A novidade que o LQ–quest representa, é uma avaliação da experiência de vida que é obtida através de um questionário, do qual resultam variados indicadores. A avaliação das experiências de vida de um individuo permite assim traçar um perfil complementar que vai além do revelado pelo seu 'CV', pela entrevista e por eventuais testes de racionalidade ou outros. O questionário LQ-quest aumenta, portanto, significativamente a obtenção de dados pessoais sobre o candidato, permitindo que seja traçado um perfil mais exato.

A experiência de vida de um candidato não poderá nunca ser medida de uma forma matematicamente exata. Além desta realidade, não é expectável que alguém consiga atingir uma experiência de vida (EV) global na ordem dos 100% - cerca de 50% será já um valor bastante acima da média. Na realidade não existe uma EV individual de 100% por não haver um valor absoluto que traduza tudo o que é possível viver.

Há igualmente que ter em conta que, comparativamente a outros resultados obtidos no LQ–quest, o candidato pode atingir percentagens que embora baixas podem ser de extrema importância, e, noutros casos, embora elevadas não serão particularmente relevantes. O equilíbrio entre o relatório obtido pelo LQ–quest e o 'CV' apresentado é que irão posicionar ou caracterizar o candidato.

De notar que a classificação obtida em termos de experiência global de vida (OLE) será sempre inferior à obtida em termos relativos, ou seja, à experiência de vida proporcional à idade (APE). Exceto quando o inquirido tiver atingido o limite de idade considerado que é de 68 anos (a OLE e a APE indicarão os mesmos resultados).

É, no entanto, e apesar de algumas restrições teóricas, um facto que os indicadores fornecidos pelo teste LQ–quest contribuem significativamente para uma melhor definição do perfil do candidato, além de serem uma ferramenta útil na avaliação e confirmação do 'CV' apresentado, bem como na condução da entrevista.

O inquirido identifica-se apenas através do sexo e da idade. O questionário aborda quatro grandes temas, nomeadamente “família e integração social”, “saúde e educação”, “atividades não profissionais” e “aptidões profissionais”.

O LQ–quest capta, partindo de vários critérios pré-estabelecidos, um conjunto de pontuações e classificações que irão gerar um relatório final denominado Report on Quest.

Em função dos resultados obtidos pelo inquirido, e com base nas pontuações, são atribuídas as seguintes percentagens relativas à sua experiência de vida:

- OLE (Overall Life Experience), ou seja, a experiência de vida global e em termos absolutos.
- APE (Age Proportional Experience), corresponde a uma experiência de vida relativa, por ser indexada à idade do inquirido.
- SLE (Sectorial Life Experience), na qual é atribuída uma classificação de experiência de vida por sector – quatro grandes grupos.

Outros critérios de avaliação e caracterização, gerados igualmente em múltiplos pontos do questionário, permitem estabelecer e incluir ainda no relatório:

- 'Indicadores' de personalidade/perfil (27 adjetivações associadas a campos de experiência registados como significativos)
- 'Holes' situações de ‘não-resposta’
- ‘Alertas’ (19 registos de respostas conducentes a situações passíveis de serem consideradas particularmente invulgares)
- ‘Vértices’ (32 experiências de vida excecionais que atingem o topo das questões da linha temática)
- 'Temas' (63 linhas temáticas distribuídas pelos 4 grupos de questões)

A metodologia aplicada baseia-se no princípio de que o reconhecimento de experiências de vida leva à identificação de vantagens que fortificam (ou fragilizam) a inteligência de cada um. Maior experiência de vida poderá significar uma inteligência mais percetiva e com maior capacidade de reação face aos desafios que possam surgir.
É uma evidência que cada pessoa tem o seu próprio percurso de vida e situações idênticas vividas por dois indivíduos correspondem a perceções com conhecimentos adquiridos de forma diferenciada. No entanto, a identificação de indicadores ao longo do questionário LQ–quest permite reduzir a incerteza na avaliação do perfil do candidato e confirmar ou questionar em grande medida o CV apresentado. A entrevista pode assim, face ao Report on Quest, ser melhor preparada e conduzida.
O critério para avaliar a experiência de vida de um candidato escolhido no questionário LQ–quest, baseia-se no princípio de que uma vida é ativa e passível de assimilar as mais significativas experiências no período compreendido entre os 18 e os 68 anos de idade.
Esta questão das idades e o conceito matemático e estatístico associado à sua diferenciação são determinantes, na medida em que não é expectável que um jovem de 25 anos tenha a mesma experiência de vida do que um homem de 55 anos. Por esta razão, é estabelecido logo à partida um quadro de “cálculo de índice de idade” por forma a poderem ser calculados valores de experiência de vida proporcionais à idade. A quantificação das respostas necessárias à obtenção da cotação total do questionário é, por conseguinte, indexada à idade do candidato.
Deve sempre ser tido em consideração que os “ensinamentos da vida” são lições insubstituíveis com efeitos imprevistos e, por vezes, até antagónicos se, por exemplo, confrontarmos indivíduos com personalidades contrárias. Uma experiência de vida ainda que semelhante, mas passada por dois indivíduos, poderá resultar em condicionamentos distintos consoante o caráter, e outros fatores, de cada um. Independentemente do resultado, enquanto a aprendizagem escolar ou académica se pode facilmente dissolver, certas experiências de vida tendem a marcar mais profundamente e a manter-se no subconsciente. Naturalmente, e como já foi referido, a medição da experiência de vida não é um valor exato. Note-se, como exemplo, que a presidência local, durante um semestre, de uma instituição de cariz nacional ou mesmo internacional como seja a UNICEF, não trará ao indivíduo o mesmo tipo nem a mesma quantidade de experiências do que a presidência de uma confraria gastronómica. Haverá aqui uma distinção a ser comprovada, a qual ressaltará provavelmente na avaliação do 'CV' ou da entrevista.

As perguntas do questionário LQ–quest não cobrem, na generalidade, de forma exaustiva as áreas temáticas que abordam sectorialmente. Isto porque seria na maior parte dos grupos de questões impossível cobrir todas as alternativas possíveis, porque levaria o questionário a atingir uma dimensão exagerada e porque o que se pretende é obter uma amostragem, de áreas temáticas, que poderíamos considerar como análoga à metodologia aplicada numa amostragem estratificada, não perdendo de vista os fatores valorativos de quantidade e de qualidade/diversidade das mesmas.
De entre as áreas temáticas não abordadas no questionário, são de salientar questões relacionadas com atividades, embora, sem dúvida, também elas geradoras de experiência de vida (EV), que envolvam credo ou prática religiosa, orientação ou hábitos sexuais, partidarismos ou atividades políticas, entre outras. Certas crenças e comportamentos sociais poderão ser negativamente avaliados ou tidos como prejudiciais, resultado de eventuais preconceitos do selecionador, empregador ou entrevistador.
O LQ–quest não inclui igualmente questões que extrapolem, ou seja, excedam o limite do bom senso (este critério de razoabilidade é subjetivo e assumidamente da responsabilidade do autor do inquérito): as situações passíveis de uma avaliação tendenciosa que possam conduzir a uma consequente não seleção discriminatória, foram, portanto, evitadas. São disso exemplo os casos em que o candidato revela uma limitação física severa (embora também esta seja compreensivelmente fator de desenvolvimento de experiências de vida pelos condicionamentos que implica); é excessivamente obeso; ou então perpetrou um ato cuja revelação poderia conduzir a juízos incriminatórios.
Por último, foi reduzida de forma significativa a quantidade de perguntas relacionadas com a carreira profissional do inquirido, evitando assim que estas se tornem exaustivas. A área temática “competências profissionais”, caso fosse aprofundada em toda a sua extensão, iria cobrir um sem número de questões que, por norma, já são abordadas no essencial (ou mesmo em detalhe) no 'CV' que o candidato apresenta. É uma realidade que as versões desenvolvidas de 'CV' são muitas das vezes excessivamente pormenorizadas e até sobrevalorizadas. As perguntas/respostas sobre a experiência profissional de um candidato são assim remetidas, na sua especificidade, para o 'CV'.
Por conseguinte, para além de certas perguntas generalistas ou então sobre temáticas nunca expostas em 'CV' (é, por exemplo, o caso do candidato que despediu ou instaurou um processo disciplinar laboral a um subordinado), os restantes conteúdos profissionais são considerados, pela sua complexidade e extensão, fora do âmbito do LQ–quest.

Dado que a experiência de vida de cada indivíduo não é, conforme justificado no início da apresentação do LQ–quest, medível de forma exata e pelo facto de cada vida ser original, é expectável que os parâmetros de avaliação possam apresentar, em casos particulares, oscilações significativas relativamente aos valores de referência, sem que tal signifique ‘ser melhor’ ou ‘ser inferior’ à média. Ele é apenas diferente! O angariador de recursos humanos, o empregador e o próprio candidato devem ter consciência deste facto. Um exemplo inequívoco: um cientista totalmente devoto à sua investigação, obterá provavelmente no quarto grupo de perguntas (“capacidades profissionais”) pontuações muito acima da média, enquanto a sua experiência de vida no enquadramento do, por exemplo, grupo três (“atividades não profissionais”) poderá ser extremamente reduzida. Porquê? A ‘clausura’ de anos de investigação afastou-o, porventura, de uma vida social mais ativa, de viagens, de relacionamentos humanos...
De salientar que para certos empregadores, o facto de o candidato ter uma pontuação baixa em termos de experiência global de vida pode resultar num fator positivo, na medida em que será previsivelmente mais fácil conseguir que ele venha a obter uma formação específica melhor adaptada à função a que se candidata, uma vez reduzida a presença de eventuais vicissitudes anteriores. Por outras palavras, o candidato estará recetivo a aprender, a ser ‘configurado’ pelo empregador, devido à sua ainda reduzida experiência de vida. Muitos indivíduos caracterizam-se, ao longo da sua vida adulta e profissional, por um percurso que entendemos como ‘circunscrito’, ou seja, que padece de fatores condicionadores, os quais resultam de forma valorativa ou penalizadora. Serão estes o meio social de onde o candidato provém, a estabilidade familiar, a (in)constância em termos de habitação - casa(s), cidade(s), país(es) – e, sobretudo, certas profissões que neste contexto denominamos de ‘carreiras unidirecionais’, como seja a carreira profissional de um professor, de um médico, de um funcionário público, de um programador informático, entre muitos outros. Este último fator conduz maioritariamente a situações em que o candidato detém uma avançada experiência num determinado sector em detrimento de uma experiência de vida global diversificada. Relembramos o exemplo anterior do cientista.

Em conclusão, certas pontuações globais baixas justificam-se plenamente pela formação e percurso profissional do candidato, sendo a reduzida versatilidade ou diversidade da sua experiência de vida, compensada pela especificidade das suas qualidades académicas ou profissionais. Caberá, nestes casos, retirar do ‘CV’ e da entrevista (e outras eventuais provas de seleção) uma avaliação correta sobre o verdadeiro perfil do candidato e de que modo se adapta, ou não, ao cargo a que se propõem.

Nota importante: O LQ–quest não pode evitar a falsidade das respostas ou uso abusivo do questionário. Todas as respostas são da exclusiva responsabilidade do inquirido. Resultados muito acima dos valores de referência (>80%) devem ser questionados. E, sobretudo, no caso de um relatório apresentar resultado(s) de 100%, é quase certo que um número excessivo de respostas foram forjadas.

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